1.Cuidado com as interações com a quimioterapia

A primeira dica que dou é a mais valiosa de todas: NÃO tome nenhum medicamento, chá, manipulado sem consultar antes seu Oncologista, e NEM faça nenhum tratamento simultâneo sem antes possuir uma autorização e a indicação dele. Sei como nossos familiares e amigos ficam preocupados com a gente e com a melhor das intenções, nos encaminham diversas receitas, medicamentos naturais e apresentam casos em que o câncer de alguma pessoa próxima de um conhecido ficou curada depois de fazer ou tomar algo simples e inofensivo. Os médicos e cientistas estão buscando novas linhas de tratamentos e medicamentos há muitos anos, e até mesmo buscando a cura definitiva para o câncer, e por enquanto não há nenhum chá ou superalimento com a capacidade de eliminar um tumor, infelizmente. Existem orientações relacionadas à alimentação que podem ajudar a amenizar os possíveis efeitos colaterais das quimios, como as náuseas e enjoos. Por isso, leia essa coluna da Nutricionista Oncológica Ana Paula, essas orientações me ajudaram muito.

        2. Conforto

Vá para sua sessão de quimio com uma roupa bem confortável. Nem todas as sessões são muito longas, mas é importante que a gente não tenha nada nos apertando ou incomodando nesse momento.

        3. Distração

Ainda durante a sessão, vale a pena buscar a melhor forma de se distrair. Há quem goste de ler um bom livro, ou aqueles que preferem assistir uma série pelo celular ou escutar músicas. Lembre sempre de levar seu kit distração para a sessão, ou então você pode fazer como eu, e dormir até a medicação terminar de correr, rs.

        4. Água

É muito importante manter a hidratação adequada do corpo durante o tratamento com quimioterapia, por isso não esqueça de andar com uma garrafinha sempre junto de você para não esquecer. Ah, dê preferências para garrafas de materiais de boa qualidade, que sejam livre de BPA.

        5. Atividade física

O que me ajudou muito a minimizar os efeitos colaterais da quimio, como a fadiga e as dores no corpo, foi a atividade física. Pode parecer estranho que o exercício físico, que normalmente nos cansa, possa diminuir nosso cansaço, mas é verdade. Eu descobri isso através de uma simples caminhada no parque, e depois da autorização da minha Oncologista, evoluí para corridas leves e treinos de força muscular na academia. Confira nesse link os principais estudos que mostram os benefícios da atividade física durante o tratamento de câncer.

        6. Sempre reporte sintomas

A quimioterapia é um tipo de tratamento que gera muitos efeitos colaterais, mas não merecemos em hipótese alguma viver com dor e grandes incômodos, então nada de achar que é normal, que você precisa aguentar ou então achar que é bobeira. Os médicos e enfermeiros não tem bola de cristal, por isso é nossa função reportar todos os sintomas e sinais que nosso corpo apresenta a eles, hoje em dia há muitos recursos disponíveis para minimizar esses efeitos e dar mais qualidade de vida aos pacientes em tratamento.

        7. Estratégias para reduzir os enjoos

Nem todas as quimioterapias geram enjoos e náuseas, assim como nem todos os pacientes referem esse efeito colateral. No meu caso eu senti muito enjoo, principalmente no primeiro ciclo de medicamentos, então vou compartilhar algumas das estratégias que me ajudaram a reduzir os enjoos. Além dos medicamentos que minha Oncologista me prescreveu, uma das coisas que mais ajudou foi não ficar muito tempo de estômago vazio. Embora muitas vezes eu estivesse sem apetite por conta do próprio enjoo, eu procurava sempre comer algum alimento refrescante a cada três horas mais ou menos, porque ficar em jejum era muito pior. Alguns alimentos e bebidas me caíam super bem, como mexerica, água com gás com gotinhas de limão, saladinha de rabanete e picolé de limão, além de alimentos que não costumam ter cheiro forte como biscoito de polvilho e azeitonas. Mas é óbvio, tudo isso é muito particular e vai do gosto de cada um.

        8. Ajuda para cozinhar

Ainda com relação aos enjoos, algo que foi fundamental na minha rotina de quimio foi ter ajuda para cozinhar. Além do meu marido, pude contar com a ajuda da minha mãe e da minha sogra com o preparo de comidinhas saudáveis e frescas. Isso porquê eu não conseguia pensar em comida que já enjoava, então elas preparavam o cardápio sem eu saber o que seria servido. Então se for possível, tenha em sua rede de apoio alguém que possa te ajudar nesse tipo de função.

        9. Melancolia física

Foi esse nome que dei para uma tristeza estranha que aparecia logo após a sessão de quimio, como se a medicação tivesse sugado minhas forças e eu não tivesse energia o suficiente para demonstrar felicidade. Não era completamente emocional, era físico mesmo, estava exausta. Essa sensação durava por volta de três ou quatro dias, nos quais eu ficava mais quieta, emotiva e prostrada. A partir do quinto dia era como se minhas energia tivesse se recuperado e então eu voltava a viver bem. Conto isso porque ao longo desses seis anos pude perceber que outros pacientes também compartilhavam dessa sensação, e como ninguém nos avisa que isso pode acontecer acaba gerando medo. O que me ajudou muito nessa fase (e em todas as outras inclusive) foi fazer terapia com um psicólogo, pois esse acompanhamento profissional para ajudar a dar nomes aos sentimentos e a lidar com toda a carga pesada que vem junto de um momento tão delicado como o de um tratamento de câncer, faz toda a diferença.

        10. Cateter Portocath

Infelizmente não serão todas as pessoas que se beneficiarão dessa dica, pois é algo que muitos planos de saúde e o próprio SUS costumam não cobrir, mas é minha função dar as dicas que realmente fizeram a diferença nessa fase do tratamento.

Logo na primeira sessão de quimio, que recebi por uma veia no dorso da mão, tive uma espécie de queimadura instantânea na pele, no trajeto onde o medicamento entrou pelo meu braço, e precisei usar uma pomada de queimadura por alguns dias para aliviar. Como minha pele foi bem sensível à quimioterapia, minha oncologista sugeriu que eu colocasse o cateter portocath, que é implantado uma espécie de reservatório logo abaixo da pele na região mais lateral do colo, no qual é feita a punção para infundir a medicação que cairá em uma veia mais profunda de maior calibre, evitando assim as reações de queimadura.

ESPERO QUE TENHA  AJUDADO.

DESEJO UM EXCELENTE TRATAMENTO!